Dra. Nathália Carraro

Cirrose hepática

Este texto tem como objetivo conversar com a população sobre os temas mais relevantes na hepatologia, respondendo às dúvidas mais comuns. Utilizo analogias e evito termos técnicos para que pessoas sem formação na área possam compreender facilmente

O que é a cirrose hepática?

A cirrose é um estágio avançado da fibrose hepática, caracterizada pela distorção da estrutura normal do fígado. Nesse processo, ocorrem a formação de traves fibróticas e nódulos regenerativos. Diversas condições podem danificar o fígado, levando a esse processo de lesão. À medida que o fígado é agredido, ele começa a desenvolver fibrose, tornando-se “mais rígido”. Esse “endurecimento”, em seu estado mais avançado, é o que chamamos de cirrose hepática.

Cirrose é a mesma coisa que fibrose?

Uma pergunta que frequentemente ouço em consultório é: “Fiz um exame que apontou fibrose grau 2 e grau 3, isso é o mesmo que cirrose?”

Durante o processo de lesão do fígado, ele gradualmente desenvolve uma fibrose mais severa (ao longo de meses ou anos, dependendo da causa). O grau de fibrose é quantificado por meio de biópsias hepáticas, utilizando escalas como a de Metavir. O ideal, sem dano ao fígado, é não ter fibrose (classificado como fibrose grau 0 na escala de Metavir), enquanto a cirrose corresponde ao grau máximo de fibrose, ou seja, grau 4 de Metavir. Antes de atingir esse estágio, o fígado passa pelos graus 1, 2 e 3. Existem diversos exames que avaliam a rigidez hepática e, com base nos resultados, estimam o grau de fibrose.

O que causa a cirrose?

A cirrose pode ter várias causas. diferentes condições que causam agressão ao fígado ao longo do tempo podem levar ao seu desenvolvimento. As causas mais comuns incluem:

– Esteatose hepática de origem metabólica: popularmente conhecida como “gordura no fígado”, frequentemente associada à obesidade, diabetes, hipertensão e síndrome metabólica.
– Consumo excessivo de álcool.
– Hepatite viral C.
– Hepatite viral B crônica.
– Hepatite autoimune.
– Colangiopatias, como colangite esclerosante primária e obstrução crônica das vias biliares.
– Hemocromatose

Quais sãos os sintomas?

A cirrose hepática por ser assintomática e descoberta de forma ocasional em exames de imagens ou sugerida por exames laboratoriais alterais alterados – como plaquetopenia e alteração de enzimas hepáticas.

Quando sintomática, os achados mais comuns incluem:
– Icterícia: esclera e pele amareladas que ocorre por aumento da bilirrubina
– Alterações na pele como aranha vascular e eritema palmar
– Ginecomastia: aumento do tecido mamário por alterações hormonais
– Ascite: surgimento de líquido na cavidade abdominal – popularmente conhecida como “água na barriga”, que se manifesta com o aumento do volume abdominal
– Esplenomegalia (aumento do Baço) e plaquetopenia (diminuição de paquetas)
– Formação de varizes, principalmente em trato gastrointestinal, como varizes no esôfago
– Formação de circulação colateral como recanalização da veia paraumbilical: aspecto em cabeça de medusa
– Encefalopatia hepática: uma toxicidade neurológica marcada por desorientação, sonolência, inversão do ciclo sono e vigília e movimentos anormais (
flapping)

em contrução…

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